Desde a Grécia antiga, a linguagem como produtora de sentido foi objeto de atenção de filósofos, artistas e médicos. Como produtora de sentido a linguagem é entendida como poiesis, cujo ato de criação, identificado como aesthesis produz efeitos de sentido no espírito humano, provocando a katharsis. De origem médica, esse termo significa o ato de purgação e purificação. Com Aristóteles, esse conceito, em sua Poética, terá o sentido de libertação produzida pela tragédia ou pela comédia. Duas coisas importantes a se observar aqui: poiésis, aesthesis e katarsis não são entendidas de modo separado enquanto conceito de procedimento artístico desde os gregos até os teóricos da arte e filósofos modernos, mas intrínsecas entre si. Se fazemos esta distinção, é unicamente para fins didáticos deste texto. Além disso, não pretendemos abordar o uso histórico desses termos para não tornar o texto cansativo.