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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O OBSCURANTISMO RELIGIOSO CRISTÃO E O FISIOLOGISMO POLÍTICO NO BRASIL.




O neopentecostalismo, fundamentado na teologia da prosperidade, tem crescido vergonhosamente no Brasil – isto é evidente. Com promessas de aumentar o galardão nos céus para os fiéis que aumentarem o valor de seus dízimos e ofertas, essas Empresas têm aumentado seu capital financeiro de modo talvez nunca visto na história da economia do ocidente. O que não querem deixar evidente são as tramoias e alianças nos bastidores feitas entre essas instituições e os partidos políticos como PT, PSDB e suas versões genéricas. Para estes, a promessa ocorre em cores mais materialistas: quanto maiores os privilégios fiscais, econômicos e políticos garantidos a essas instituições, maiores as chances de um desses partidos (em breve os dois juntos) se apossar do poder executivo municipal, estadual ou federal.
Silas Malafaia novamente vêm a público fazer declaração de apoio a José Serra para prefeito de São Paulo. Celso Russomano é o braço da Universal. Fernando Haddad e o PT já deram demonstrações de subserviência à bancada evangélica: quem de fato tem alimentado o obscurantismo no Brasil?

Recorrentemente, fazem discursos sobre o avanço teocrático no Brasil que ora é representado em São Paulo por Celso Russomano. Atacado tanto pelo PSDB quanto pelo PT, esse avanço obscurantista parece ter vida própria e força suficiente para ameaçar a laicidade do Estado. Desse modo, querem nos fazer acreditar que de um lado há os defensores do Estado Laico – militantes petistas e psdbistas reivindicam este lado – e de outro, os donos de Deus, inquisidores da Idade Média que se reagrupam e crescem exponencialmente a cada eleição.
À medida que vemos uma declaração de Malafaia que, ao mesmo tempo chama voto ao Serra, ataca a Universal e a Igreja Católica, surge-nos a questão sobre esse discurso polarizador entre defensores do Estado Laico e obscurantistas religiosos. O que tal discurso esconde? O que ele tenta apagar? Fica evidente na fala desse “pastor” a fragilidade dessa suposta autonomia religiosa. Partidos que se dizem defensores dos Direitos Humanos tem dado mostras do interesse político ao buscarem apoio e dar palanque a esses religiosos. Em 2010, nas eleições presidenciais, tanto o PT quanto o PSDB fizeram uma corrida em busca das “orações” desses fiéis – e encontraram.
É evidente que a as Instituições Religiosas, sobretudo neopentecostais, deixaram de ser apenas um polo agremiador das práticas de fé para tornarem-se grandes empresas e grandes negócios.  Em tempos de crise econômica, sem dúvida, elas são as que mais crescem economicamente, evidenciando o grande papel que exercem na manutenção do sistema capitalista. Esses partidos, por sua vez, vendem seus programas ideológicos para o primeiro que oferecer o melhor preço: garantir a chegada deles na máquina do Estado.
Concordo com o crescimento desse obscurantismo religioso na política brasileira, mas não acredito que o faça a despeito das disputas políticas partidárias em épocas de eleição. A cada processo eleitoral, fica evidente que partidos como o PT e o PSDB são os responsáveis por permitir o crescimento da Teocracia. Essa busca de apoio das Empresas “Cristãs” começa entre os intervalos das eleições. Certamente o fazem rifando direitos fundamentais das populações pobres e marginalizadas. Quando no poder, permitem a especulação imobiliária para construções de grandes templos, benefícios fiscais nas compras vultuosas de produtos que alimentam a fé de seus fieis, concessões públicas nos meios de comunicação e outros benefícios que a grande mídia, também alimentada por esses obscurantistas, escondem.
 É preciso colocar em questionamento esse discurso binarista que cria uma cortina de fumaça em torno dessas alianças espúrias entre partidos e instituições religiosas. É evidente que o crescimento da bancada religiosa é de total responsabilidade desses partidos fisiologistas que buscam apenas o poder. Eles quem têm possibilitado o crescimento do fundamentalismo religioso, cujas ações agridem violentamente os direitos fundamentais da população negra, LGBT, das mulheres e da população pobre em geral.
O que está posto nessa declaração de Silas Malafaia não é apenas o protagonismo dessa liderança intolerante na política brasileira. Mais que isso: é a simbiose entre eles e os partidos em nome de um fisiologismo político cujos efeitos serão, a curto, médio e longo prazo, danosos para toda a população.

Um comentário:

  1. Malafaia com seu discurso obscuro, dá sustentação a ultra direita no país, e desvirtua o que a Bíblia preconiza como princípio cristão!

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